Feirense, 1 (4) – Boavista, 1 (3) | Crónica

Este Feirense é de primeira categoria!

O Feirense recebeu e eliminou o Boavista da Taça da Liga ao vencer por 4-3 no desempate através das grandes penalidades, depois de uma igualdade a uma bola no tempo regulamentar. Luisinho colocou os axadrezados na frente do marcador logo no primeiro minuto mas, numa reação enérgica, os fogaceiros chegaram à igualdade aos 13 minutos por intermédio de Fabinho, na cobrança de um livre frontal. Num jogo em que o Feirense foi globalmente melhor do que o seu adversário, a vitória é inteiramente justa e não sofre qualquer contestação.

O Feirense entrou praticamente a perder no jogo, com o golo do Boavista obtido logo no primeiro minuto. Luisinho, lançado em profundidade, apareceu isolado na área e atirou rasteiro e fora do alcance de Makaridze, inaugurando desta forma o marcador. Os fogaceiros rapidamente se organizaram e começaram a jogar mais no meio campo adversário. Aos 10 minutos Erivaldo ganhou em velocidade a Carlos Santos e, quando seguia isolado para a baliza, foi rasteirado por trás pelo defesa axadrezado. Nuno Almeida, bem posicionado, assinalou a respetiva falta e deu ordem de expulsão a Carlos Santos que assim deixou a sua equipa reduzida a dez jogadores. Na cobrança do livre, Fabinho rematou certeiro e colocado, não dando qualquer hipótese de defesa ao guardião axadrezado, restabelecendo desta forma a igualdade no marcador. Os azuis trocavam muito bem a bola a meio campo, baralhando a marcação dos axadrezados, criando assim muitas dificuldades ao seu adversário no último terço do terreno. Aos 27 minutos o Feirense esteve muito perto do segundo golo. Erivaldo correu pelo lado direito do ataque, cruzou rasteiro para o interior da área onde estava Platiny que desviou a bola para a emenda de Vasco Rocha, mas o médio chegou ligeiramente atrasado. Com os fogaceiros instalados no meio campo contrário, as jogadas de maior perigo aconteciam todas junto à baliza de Mika. Os santamarianos eram a equipa mais objetiva no ataque e a qualidade do seu futebol criava a ilusão de que quem joga na Liga Nos é o Feirense. A equipa do Boavista ia recorrendo com insistência à falta para travar os jogadores fogaceiros, valendo-lhes com isso a amostragem de alguns cartões amarelos a punir a maior dureza defensiva. Até ao final da primeira parte o Feirense manteve a pressão sobre o adversário, com Erivaldo e Platiny a serem uma constante dor de cabeça para o sector mais recuado dos boavisteiros. Ao intervalo o marcador registava uma igualdade a uma bola, resultado escasso para o que o Feirense produziu durante os primeiros 45 minutos.

No reatamento, o treinador Sérgio Ferreira, que substituiu no banco o castigado Pepa, tirou um médio de cariz defensivo, Semedo, e colocou no seu lugar o médio ofensivo Rúben Oliveira, tentando dar maior profundidade ao ataque fogaceiro. O Boavista tentou surpreender o Feirense nos minutos iniciais da etapa complementar, mas sem efeitos práticos, com exceção para o minuto 51, em que Makaridze brilhou ao efetuar uma enorme defesa desviando sobre a barra o remate de Luisinho na cobrança de um livre frontal. Aos poucos, o Feirense foi obrigando o Boavista a recuar no terreno mas os axadrezados cerraram fileiras e procuravam de todas as formas tapar os caminhos para a sua baliza. Aos 63 minutos, em mais um ataque organizado, Barge cruzou do lado direito para a cabeça de Porcellis, mas Henrique tirou o “pão da boca” ao ponta de lança dos azuis. A equipa de Petit, assumidamente com um bloco coeso atrás e prescindindo da luta mais à frente, raramente demonstrava qualidade para incomodar o último reduto do Feirense, apenas importunando a “tranquilidade” do guarda-redes Makaridze em lances de bola parada. Aos 75 minutos, na cobrança de um livre ainda longe da área do Boavista, Sérginho obrigou Mika a uma defesa de recurso, ao desviar a bola sobre a barra. Aos 86’ foi a vez de Makaridze, com uma defesa atenta, parar o remate de Luisinho, também na cobrança de um livre. Os últimos minutos foram de grande intensidade, com o Feirense a querer resolver o jogo no tempo regulamentar, mas os axadrezados, usando o seu poder físico, fecharam a sua baliza a “sete chaves” pelo que o jogo terminou com a igualdade a uma bola no tempo regulamentar. No desempate nas grandes penalidades Makaridze mostrou todo o seu potencial e defendeu, com enorme categoria, os remates de Renato Santos e Afonso Figueiredo. No final, o Feirense venceu, com inteira justiça, nas grandes penalidades por 4-3 e segue para a fase de grupos da Taça da Liga.

Conferência de imprensa
“Fomos superiores ao Boavista. Tivemos mais posse de bola, criamos mais ocasiões de golo, apesar de termos entrado mal no jogo sofrendo o golo cedo. Depois, reagimos muito bem e fizemos uma boa primeira parte. Jogamos contra uma equipa da Primeira Liga que fez valer o seu físico na segunda parte, fazendo um jogo muito combativo. Esta vitória é um grande prémio para esta equipa que tem trabalhado imenso”.
Sérgio Ferreira, treinador-adjunto do Feirense

“O nosso principal objetivo é a Liga, mas vínhamos aqui com a intenção de ganhar e passar à fase de grupos. Entramos muito bem no jogo e marcamos um golo cedo, mas em dez minutos ficamos reduzidos a dez jogadores e assim ficou mais difícil”.
Jorge Couto, treinador-adjunto do Boavista

Taça CTT | 2ª Fase
12 Outubro | Segunda-feira | 20h00
Estádio Marcolino Castro

Feirense, 1 – Boavista, 1 (4-3 no desempate nas grandes penalidades)

Feirense: Makaridze, Ícaro, Nuno Diogo, Barge (Kukula, 83’), Sérginho, Semedo (Rúben Oliveira, 45’), Vasco Rocha, Cris, Fabinho (Porcellis, 62’), Erivaldo e Platiny
Suplentes: Otávio, Carvalho, Tiago Jogo, Rúben Oliveira, Emma, Porcellis e Kukula
Treinador: Nuno Santos

Boavista: Mika, Samuel Inkoom, Rúben Gabriel (Tengarrinha, 83’), Carlos Santos, Henrique, Afonso Figueiredo, Idris, Michael Uchebo, Luisinho, Samu (Renato Santos, 60’) e Rivaldinho (Philipe Sampaio, 16’)
Suplentes: Mamadou Ba, Anderson Correia, Tengarrinha, Pouga, Renato Santos, Ancelmo Jr. E Philipe Sampaio
Treinador: Petit

Árbitro: Nuno Almeida (AF Algarve)
Assistentes: Nuno Vicente e Luís Ramos

Ação disciplinar: cartão amarelo para Semedo (40’), Philipe Sampaio (42’), Rúben Gabriel (43’), Idris (45+1’), Rúben Oliveira (67’), Barge (81’), Vasco Rocha (82’),
Cartão vermelho direto para Carlos Santos (10’)

Marcadores
0-1 Luisinho (1’)
1-1 Fabinho (13’)

Marcação das grandes penalidades
1-0 Cris (marcou)
1-1 Tengarrinha (marcou)
2-1 Ícaro (marcou)
2-2 Luisinho (marcou)
3-2 Platiny (marcou)
3-2 Renato Santos (falhou)
4-2 Erivaldo (marcou)
4-3 Samuel Inkoom (marcou)
4-3 Porcellis (falhou)
4-3 Afonso Figueiredo (falhou)