CD Feirense 3×2 Gil Vicente FC | Crónica
GUERREIROS COM MUITA RAÇA!
O Feirense arrancou a ferros uma vitória por três bolas a duas diante do Gil Vicente, em jogo a contar para a 45ª e penúltima jornada da Ledmam Liga Pro, disputado no Estádio Marcolino Castro, que voltou a contar com uma excelente moldura humana, apesar da chuva, em apoio à equipa fogaceira. Num encontro disputado com grande intensidade, o Feirense foi obrigado, por duas vezes, a correr atrás do prejuízo. Simy abriu o ativo para os gilistas aos 10 minutos, Porcellis empatou de grande penalidade aos 21’, Paulinho recolocou o Gil a vencer aos 46’, Kizito empatou aos 90+1’ e Kukula deu a estocada final no último minuto de um jogo emocionante e impróprio para cardíacos. Com esta vitória, o Feirense ascendeu ao terceiro lugar, com 77 pontos, ocupando o último lugar de subida, dependendo apenas de si para o conseguir, quando falta disputar apenas uma jornada.
Antes do apito inicial do árbitro Rui Oliveira, houve lugar a um minuto de silêncio em memória de Paulo Paraty, ex-árbitro internacional português falecido esta semana.
Equipa que ganha não se mexe! Foi com esta máxima que José Mota escalou o onze inicial para este jogo de extrema importância para os objetivos do Feirense. A equipa fogaceira entrou com vontade enorme de assumir as despesas de jogo e cedo se acercou da baliza gilista. No entanto, a primeira situação de perigo pertenceu ao Gil Vicente, num remate de fora da área de Pedro Lemos que passou perto do poste direito. A equipa de Nandinho exercia forte pressão no último terço do terreno e aos 10 minutos inaugurou o marcador, por Simy, que encostou para o fundo das redes um passe de Vítor Gonçalves. A equipa de José Mota reagiu de imediato ao golo sofrido, agigantou-se e restabeleceu a igualdade por Porcellis, que converteu, com enorme categoria, uma grande penalidade a castigar um derrube dentroa da área de Alphonse sobre Etebo. O golo foi muito festejado por toda a equipa, assim como pelos milhares de adeptos fogaceiros que não se atemorizaram com a chuva da tarde deste domingo e marcaram presença no Marcolino Castro para apoiar a equipa. O Feirense cresceu no jogo, levava perigo para o sector mais recuado dos gilistas, jogava bem e mostrava uma enorme vontade em chegar ao segundo golo. À passagem da meia hora de jogo, na sequência de um canto na direita, Simy quase fazia autogolo ao cortar o lance pela linha final. Na sequência do canto, Etebo atirou forte de fora da área, levando a bola a passar muito perto do poste. O Gil Vicente, remetido à sua defesa, ia espreitando o contra-ataque e esteve muito perto do golo em duas ocasiões. Na primeira, aos 34 minutos, Fatai rematou cruzado com a bola a raspar no poste esquerdo da baliza de Makaridze, e na segunda, dois minutos depois, foi a vez de Simy, isolado, ver Makaridze fazer uma extraordinária defesa. O jogo estava numa toada de parada e resposta e os azuis criaram pouco depois também dois lances de golo. Barge cruzou na direita para Porcellis que cabeceou ligeiramente sobre a barra e no minuto seguinte foi a vez de Carvalho cabecear para golo mas Serginho fez uma estrondosa defesa e negou a felicidade ao central fogaceiro. O Feirense carregou sobre o seu adversário, mas o intervalo chegou com o marcador a registar a igualdade a uma bola.
O Gil Vicente voltou a adiantar-se no marcador logo no primeiro minuto da etapa complementar. Após um lançamento de linha lateral, a bola sobrevoou a defesa fogaceira e foi ter com Paulinho que, livre de marcação na pequena área, atirou forte para o fundo da baliza fazendo o segundo golo para a sua equipa. Vendo-se obrigados a correr novamente atrás do prejuízo, o Feirense procurou de imediato reagir ao infortúnio, assumindo o comando do jogo e imprimindo maior dinâmica ofensiva. Os gilistas, por sua vez, mantinham a coesão defensiva e procuravam sair em transições rápidas, conseguindo diversas situações de perigo junto à área fogaceira. Aos 51 minutos, na sequência de um canto, o guarda-redes Serginho não conseguiu sacudir a bola, esta sobrou para Barge que cruzou em balão para Etebo que, ao segundo poste, cabeceou para golo mas Pek’s salvou sobre a linha de baliza, negando o golo da igualdade aos azuis. Pouco depois, Kizito, com um remate forte dentro da área, obrigou Serginho a uma defesa apertada. O Feirense, numa clara demonstração de querer virar o resultado que lhe era desfavorável, procurava de todas as formas chegar ao golo, mas foi o Gil Vicente a estar mais perto de marcar, aos 70 minutos, quando Renan, perto da pequena área, cabeceou para uma grande defesa de Makaridze. Quatro minutos depois, Barge, solto no lado direito do ataque, arrancou um excelente cruzamento para o interior da área, mas Renan antecipou-se a Porcellis e Kizito e, com um corte providencial, desviou a bola pela linha de fundo. O jogo da equipa fogaceira era mais emocional do que cerebral e a entrada de Cris aos 76 minutos, por troca com Carvalho, veio dar maior objetividade ao ataque da equipa de José Mota que passou, a partir de então, a ser mais perigoso. Sempre com a baliza adversária na mira, os jogadores do Feirense, com grande espirito guerreiro, lutavam até à exaustão pelo golo e estiveram perto de o conseguir aos 81 minutos, mas o remate de Vasco Rocha, após uma jogada de insistência junto à área do Gil Vicente, saiu fraco e à figura do guardião gilista. Dois minutos depois, Fatai viu o segundo cartão amarelo e foi expulso, deixando a sua equipa reduzida a dez jogadores. À medida que o final do jogo se ia aproximando, o Feirense mais pressionava o seu adversário, e foi no primeiro minuto de compensação que o tão desejado golo da igualdade chegou. Vasco Rocha cruzou milimetricamente para a cabeça de Kizito que, vindo de trás, fuzilou o guarda-redes Serginho, que na pôde fazer para impedir o golo da igualdade. Ainda havia mais alguns minutos para jogar e a equipa, mais do que nunca, acreditava que era possível chegar à vitória. Os adeptos puxavam (e de que maneira!) pela equipa, e no último minuto de compensação, numa bola bombeada para a área gilista, Kukula foi oportuno e empurrou o esférico para o fundo das redes do Gil Vicente, colocando o Feirense na frente do marcador e fazendo explodir de alegria um estádio carregado de fervorosos adeptos que, desde o primeiro minuto, empurraram a equipa para uma vitória de extrema importância e que permite continuar a sonhar com a tão desejada subida de divisão.
Conferência de imprensa
“Quero dar os parabéns aos meus jogadores porque foram uns guerreiros, quiseram ganhar e foram determinados. Na entrada do jogo estivemos um pouco ansiosos e mais ficamos a seguir ao golo do Gil Vicente, mas depois tivemos aquela reação natural de quem quer ganhar e que luta por objetivos maiores. Com as alterações conseguimos ser mais agressivos em termos ofensivos. Estes jogos não são para se jogar, são para se ganhar, e conseguimos, merecidamente, vencer um jogo que foi extremamente difícil. Quero agradecer ao nosso público que, mesmo com a chuva, apareceu e nos ajudou a levar de vencida este adversário difícil”.
José Mota, treinador do Feirense
Ledman Liga Pro | Jornada 45
08 Maio | Domingo | 16H00
Estádio Marcolino Castro
CD Feirense 3×2 Gil Vicente FC
CD FEIRENSE: Giorgi Makaridze, Sérgio Barge, Alex Kakuba, Mika, Agostinho Carvalho (Cris, 76’), Sérgio Semedo, Vasco Rocha, Rúben Oliveira (Luís Machado, 55’), Etebo (Kukula, 73′), Kizito e Porcellis
SUPLENTES: Luís Ribeiro, Ícaro, Fabinho, Cris, Kukula, Luís Machado e João Vieira
TREINADOR: José Mota
GIL VICENTE FC: Serginho, Kiki, Vitor Gonçalves, Nani, Alphonse, Pedro Lemos (Ricardinho, 23’), Pek’s, Fatai, Renan, Paulinho (Goba, 84’) e Simy (Yeo, 90+1’)
SUPLENTES: Ivan, Sandro, Avto, Yeo, João Pedro, Ricardinho e Goba
TREINADOR: Nandinho
ÁRBITRO: Rui Oliveira (AF Porto)
ASSISTENTES: Rui Licínio e João Silva
AÇÃO DISCIPLINAR: Cartão amarelo para Pedro Lemos (12’), Renan (39’), Fatai (64’ e 83’), Luís Machado (83’); cartão vermelho por acumulação para Fatai (83’); cartão vermelho direto para Renan (90+7’) e Goba (90+9’)
MARCADORES:
0x1 Simy (11’)
1×1 Porcellis (21’ g.p.)
1×2 Paulinho (47’)
2×2 Kizito (90+1’)
3×2 Kukula (90+7’)