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A História dos Campos de Jogos

A História dos campos de jogos do CD Feirense e o Estádio Marcolino Castro

Campo da Mata

O Feirense foi fundado em 1918 pelos feirenses Luís Amorim, Artur Bastos, Luís Cadillon e Artur Lima. As primeiras reuniões efectuadas por esta Comissão pró-campo eram feitas em casa de Artur Lima, na antiga Rua Direita da então Vila da Feira.

O primeiro campo de jogos do Feirense foi o Campo da Mata, localizado para os lados da Mata, no lugar de Picalhos, distanciado do centro da Vila da Feira aproximadamente um quilómetro e bem perto da freguesia de Sanfins.

Com efeito, depois de ultrapassadas todas as dificuldades, um artigo publicado no jornal “Democrata Feirense” em 30 de Março de 1924, anunciava a “realização dum contrato de arrendamento de um terreno com as dimensões necessárias sito em bom local, apenas com o senão de ser de natureza encharcadiça, mas que as obras de terraplanagem, enxugamento do terreno e torná-lo apto representava o trabalho de poucos dias”.

O primeiro encontro de “foot-ball” do Feirense no Campo da Mata realizou-se em 4 de Maio de 1924, um Domingo, pelas quatro e meia da tarde, entre as primeiras categorias das equipas do Feirense e do Lourosa, jogo em que a equipa feirense foi derrotada por 2-1.

Segundo o Sr. António Lamoso, o Clube de Caçadores da Feira organizou ainda alguns dos seus torneios no Campo da Mata nos anos de 1928 e 1929.

O Campo da Mata localizava-se numa zona onde corria muita água e por vezes estava impraticável devido à lama existente. O campo não tinha bancadas e os atletas para se equiparem para os jogos tinham ao seu dispor uma pequena barraca de madeira. Como se depreende, as condições eram as mínimas para a prática do “foot-ball”.

Campo do Montinho

Assim, em 1926 constituíram-se em nova Comissão com o objectivo de adquirir um novo terreno com melhores condições para um novo campo os feirenses Luís Amorim, Artur Bastos, Domingos Moreira, António Pedrosa, António Pena Gabriel, Júlio Moreira, Alcides Cadillon e António Carneiro Júnior, que iniciaram contactos com o feirense António Luiz Toscano, familiar do Sr. Adriano Simão, proprietário do terreno pretendido e que tiveram êxito total. Conseguiram um óptimo terreno no lugar do Montinho, mais ao centro da então Vila da Feira.

Em 18 de Maio de 1930, o jornal “Democrata Feirense” anunciou que já tinham principiado as obras da terraplanagem do campo de futebol, sito no Montinho, afirmando contar que em breve estaria concluído.

O primeiro registo de um jogo realizado no novo campo, foi no dia 12 de Outubro de 1930 com um jogo entre o Feirense e o Lusitano F.C. equipa de S. João da Madeira, com a equipa feirense a ser derrotada por 2-1. Andrade marcou o golo do Feirense.

Em 2 de Março de 1931 foi então inaugurado oficialmente o Campo do Montinho na Vila da Feira com um jogo entre a Selecção de Aveiro e o F.C. Porto, para o qual foram vendidos mais de mil bilhetes. Foi uma grande jornada de confraternização e um dia de festa na recepção aos ilustres visitantes, que apresentaram a sua melhor equipa. O resultado do encontro foi de 7-1 favorável à equipa do F.C. Porto.

Alguns elementos do Feirense também faziam parte do Clube de Caçadores da Feira e o Campo do Montinho servia habitualmente também para as suas actividades.

No dia 13 de Junho de 1936, o jornal “Correio da Feira” publicou um artigo que explicava que o Campo do Montinho não estava a funcionar porque a direcção do C. D. Feirense não tinha chegado a acordo com o proprietário do terreno. O arrendamento durava há seis anos.

O mesmo jornal “Correio da Feira” na sua edição de 3 de Abril de 1937, informava que tinha ficado solucionado o caso do Campo do Montinho, pois o Clube de Caçadores da Feira tinha firmado contrato de arrendamento com o proprietário do terreno e iria explorar o campo com os seus já habituais torneios e festas desportivas. O Clube de Caçadores da Feira disponibilizaria o campo ao Clube Desportivo Feirense para a realização dos seus encontros de futebol.

Em 1948 o Feirense terá tido outro problema com a utilização do Campo do Montinho, provavelmente por falta de pagamento da renda. Como consequência disso o proprietário terá proibido o clube de utilizar o campo de futebol, que por pouco não foi cultivado. O Clube de Caçadores da Feira resolveria novamente o problema do campo e colocou-o novamente à disposição do C.D. Feirense.

Como curiosidade, nas décadas de 30 e 40, nos jogos disputados no Campo do Montinho, devido à falta de balneários, os jogadores equipavam-se em casa do Chico do Campo, que era o guarda do campo de futebol. Mais tarde, então construíram-se uns balneários, no outro lado do Campo do Montinho.

Em 5 de Fevereiro de 1962, o presidente do Feirense, Sr. Marcolino Castro em entrevista dada ao jornal “Notícias – Semanário das Terras de Santa Maria” revela que adquiriu os terrenos onde se encontrava o Campo do Montinho, como solução possível para um novo campo de jogos do Feirense, já que se tinha inviabilizado a hipótese do novo campo ser construído no lugar de Campos, na Vila da Feira, devido aos custos do terreno serem incomportáveis para o Feirense. O lugar de Campos era o mesmo local onde esteve projectado a possível e não concretizada construção do Estádio Municipal.

Em 27 de Maio de 1962 realizou-se o último jogo de futebol no Campo do Montinho, o qual registou a sua maior assistência de sempre. O Feirense venceu por 2-1 à Oliveirense e conquistou a primeira subida à 1ª Divisão Nacional.

O Campo do Montinho, apenas com uma bancada de madeira, não tinha as condições nem as medidas mínimas para o principal campeonato do futebol português e a direcção presidida por Marcolino Castro avançou para um novo parque de jogos que se situaria ligeiramente abaixo do velhinho Campo do Montinho, ocupando uma área de 20.000 metros quadrados.

Estádio Marcolino Castro

Em 6 de Agosto de 1962 realizou-se uma Assembleia Geral do C.D. Feirense, em que o Professor José Leão propôs que o novo estádio ficasse com o nome do Sr. Marcolino Castro, explicando que para além de outros benefícios o Sr. Marcolino Castro tinha comprado e cedido gratuitamente todo o terreno necessário para o novo campo. Esta proposta, depois de debatida foi aprovada por maioria.

Em 16 de Setembro de 1962 foi inaugurado oficialmente o Estádio Marcolino Castro na então Vila da Feira, com dois jogos a abrilhantar a festa. No primeiro jogo, o Sp. Espinho venceu a Sanjoanense por 3-1. O primeiro golo no novo estádio foi marcado por Augusto da Sanjoanense aos 23 minutos de jogo, tendo os espinhenses dado a volta ao resultado com três golos de Silva. No segundo jogo, o Feirense empatou 0-0 com o Beira Mar. A construção desta primeira fase das obras demoraram apenas 58 dias e incluía o terreno de jogo com maiores dimensões do que o anterior e já devidamente preparado para arrelvamento, espaçosos balneários, uma bancada provisória com capacidade para 1.000 pessoas e um peão com boas condições de visibilidade que acomodaria cerca de 15.000 pessoas. Todas estas obras custaram cerca de 600 contos, cerca de 3.000 euros na moeda actual.

Em 30 de Abril de 1964 foi anunciado pelo presidente do clube Sr. António Lamoso, que nesse mesmo dia foi feita a escritura e doação do Estádio Marcolino Castro ao Clube Desportivo Feirense. O Sr. Marcolino Castro e a esposa D. Maria de Sá Castro doaram o terreno ao Feirense para nele praticar o desporto rei, exclusivamente destinado a parque de jogos de qualquer modalidade desportiva. Pela primeira vez desde a sua fundação, o Feirense passaria a jogar num estádio que seria propriedade do clube.

Ainda em 1964 continuavam as obras no Estádio Marcolino Castro, que tinha já uma bancada construída com um grande número de lugares.

A direcção do Feirense, em 29 de Junho de 1968, publicou no jornal “Correio da Feira” uma nota a dar conhecimento aos sócios e simpatizantes do clube, que já estavam em curso as obras para o aumento de alguns degraus e cobertura da bancada central do Estádio Marcolino Castro. Por razões de ordem financeira não se tinha avançado com o projecto primitivo para as bancadas, tendo-se optado por uma solução menos dispendiosa.

Em 15 de Setembro de 1968, no encerramento das Comemorações das suas Bodas de Ouro, o Feirense inaugurou a bancada coberta do Estádio Marcolino Castro com capacidade para 1.200 espectadores sentados.

Em 26 de Agosto de 1972, num Sábado à noite, foi inaugurada a electrificação do Estádio Marcolino Castro na Vila da Feira, que teve como grande impulsionador precisamente o próprio Sr. Marcolino Castro. Esta obra custou cerca de 1.000 contos, cerca de 5.000 euros actuais e era então uma das melhores iluminações do distrito. Efectuaram-se dois encontros de futebol para assinalar este facto.

Em 9 de Abril de 1975, uma Quarta-Feira, foram inaugurados os novos balneários do Estádio Marcolino Castro por baixo da bancada central. Para assinalar o facto realizaram-se dois encontros de futebol.

Em 1977 na sequência da segunda subida do Feirense à 1ª Divisão Nacional, o Estádio Marcolino Castro teve melhoramentos significativos, nomeadamente na bancada central coberta dos sócios, em que esta foi aumentada com lugares sentados e completada com cobertura a todo o comprimento do campo. O superior norte também passou a ter uma bancada com degraus para lugares em pé. Foram investidos na totalidade cerca de 2.000 contos, cerca de 10.000 euros actuais.

Em 22 de Setembro de 1987, uma Terça-Feira à noite, foi inaugurado o tapete relvado do Estádio Marcolino Castro com um encontro entre as equipas principais do C.D. Feirense e do F.C. Porto, equipa que tinha conquistado poucos meses antes o título de Campeão da Europa. A principal equipa do F.C. Porto imprimiu um ritmo elevado e venceu naturalmente por 7-0. A direcção presidida pelo Eng. Artur Brandão conseguia finalmente concretizar o sonho do arrelvamento do estádio. O primeiro jogo oficial na relva do Estádio Marcolino Castro realizou-se em 26 de Setembro de 1987, em jogo a contar para o Nacional da 2ª Divisão e em que o Feirense derrotou o União de Santarém por 4-0.

Entretanto nesta altura estava já em construção a nova zona desportiva de Picalhos, em Santa Maria da Feira, que incluía o campo de treinos em terra batida que serviu também para a utilização em treinos e jogos das camadas jovens do clube e incluía também o projecto do novo Estádio Comendador Marcolino Castro, este entretanto não concretizado. As camadas jovens do Feirense, numa fase posterior, também utilizaram para treinos o Campo de Futebol dos Padres Passionistas, no lugar da Cruz.

Em 1989 o Feirense concretizou a sua terceira subida à 1ª Divisão Nacional. O Estádio Marcolino Castro teve então melhorias significativas, concretamente a construção de degraus em cimento no superior nascente para lugares em pé, a construção de uma bancada metálica coberta no superior sul com lugares sentados e o aumento das dimensões do relvado.

estadiomarcolinocastro1989

Em 2001 a nova direcção do clube, presidida por Rodrigo Nunes, apresentou a maqueta do novo Parque Desportivo do Clube Desportivo Feirense. Em 28 de Março de 2002, depois de formalizados os contratos de compra dos terrenos no lugar de Golfar, da freguesia vizinha de Sanfins, foram iniciadas as obras e terraplanagem da nova zona desportiva, que substituiria os antigos campos de treinos de Picalhos em Santa Maria da Feira. Em 18 de Dezembro de 2004 foi então inaugurado oficialmente o novo Complexo Desportivo do Feirense, que é constituído por dois campos de relvado natural e dois campos de relva artificial, onde treinam todos os escalões do clube e onde jogam todas as camadas jovens do Feirense.

O Estádio Marcolino Castro não obstante algumas alterações e alguns melhoramentos pontuais entretanto efectuados ao longo destes últimos 20 anos, como por exemplo a colocação de cadeiras, estava em Maio de 2011 completamente ultrapassado em termos de estruturas e de funcionalidade.

Com a conquista da quarta subida do Feirense à I Liga do futebol nacional, a direcção do Feirense presidida por Rodrigo Nunes arrancou no dia 30 de Maio de 2011 para uma autêntica “revolução” e renovação quase total do Estádio Marcolino Castro, efectuando um investimento que ultrapassará um milhão de euros, para assim adaptar o Estádio às novas exigências do futebol profissional português e um Estádio para o século XXI. Assim, as obras no Estádio Marcolino Castro incluem o aumento das dimensões de um novo relvado, novo sistema de iluminação artificial, reconstrução dos balneários, aumento da lotação do Estádio para 5.500 lugares sentados com cadeiras, a construção de uma nova bancada nascente e uma nova bancada sul, uma nova cobertura na bancada dos sócios, aumento dos camarotes, aumento do espaço para a comunicação social, grandes melhoramentos nas infra-estruturas de apoio e aumento da loja do clube.

Em 27 de Novembro de 2011 realizou-se o primeiro jogo oficial no renovado Estádio Marcolino de Castro, cerca de seis meses depois do início das obras. O Feirense venceu por 2-0 ao Rio Ave em jogo a contar para a 11ª jornada da I Liga, com golos de Diogo Rosado e Hélder Castro.